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15/08/2024 - Pressão por corte de 0,5 ponto pelo Fed perde força nos EUA

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Por: Valor Econômico

A leitura dentro do esperado do índice de preços ao consumidor (CPI em inglês) dos Estados Unidos de julho tornou ainda mais certo o início do ciclo de flexibilização monetária na próxima reunião do Federal Reserve (Fed, banco central americano). No entanto, a ausência de surpresas positivas com o indicador fez com que o mercado moderasse a expectativa por um corte mais agressivo de 0,5 ponto percentual em setembro, o que se traduziu em um aumento das taxas dos Treasuries curto prazo na sessão passada. As bolsas de Nova York, por sua vez, tomaram impulso na última hora dos negócios no mercado à vista e todos os principais índices acionários encerraram o dia em alta.

Ao fim do pregão, o índice Dow Jones subiu 0,61%, a 40.008,39 pontos; o S&P 500 avançou 0,38%, a 5.455,21 pontos; e o Nasdaq teve leve alta de 0,03%, a 17.192,60 pontos.

Já na renda fixa, a taxa da T-note de 2 anos subiu para 3,966%, de 3,940% no ajuste anterior. O movimento contrastou com a tendência da ponta longa, em que a taxa da T-note de 10 anos teve leve queda de 3,846% a 3,840%, enquanto o rendimento do T-bond de 30 anos anotou recuo mais forte, de 4,160% a 4,127%.

Conforme divulgou o Departamento do Trabalho dos Estados Unidos, o CPI avançou 0,2% entre junho e julho, para uma taxa anual de 2,9%, a menor desde março de 2021. Já o núcleo do indicador, que exclui os preços voláteis de alimentos e energia, também subiu 0,2% na margem e anotou uma alta de 3,2% no acumulado de 12 meses.

Com exceção do índice cheio anual - cujo resultado esperado era de 3% -, todos os números ficaram em linha com as projeções dos agentes. A ausência de surpresas positivas chegou a causar certa decepção entre os investidores, principalmente depois da leitura mais fraca do que o esperado da inflação ao produtor americano em julho, divulgada na terça-feira.

José Francisco de Lima Gonçalves, economista-chefe do Banco Fator, destaca em relatório que o fim da deflação no componente de energia do CPI e a alta mensal dos preços de moradias provocaram a aceleração do dado após a queda mensal de 0,1% em junho ante maio. Ele ainda avalia que o núcleo segue refletindo uma lenta desaceleração nos preços de serviços.

Com isso, o mercado passou a precificar chance maior de um corte de 0,25 ponto pelo Fed em setembro, com probabilidade de 64,5% contra 35,5% para corte de 0,5 ponto, conforme o levantamento do CME Group com base nos futuros dos Fed funds. No entanto, seguem firmes as expectativas por uma redução total de 1 ponto percentual dos Fed funds em 2024, o que levaria a taxa básica dos Estados Unidos ao patamar de 4,25% a 4,5%. Para que isso se confirme, o Fed terá que reduzir os juros em 0,5 ponto em pelo menos uma das três reuniões restantes de 2024.

Para Sarah House e Michael Pugliesi, economistas do Wells Fargo, o CPI divulgado ontem ainda não sela qual será a decisão do Fed em setembro, e o banco central americano deve continuar em compasso de espera.

“A contínua e constante desaceleração da inflação, quando combinada com o aumento da taxa de desemprego e a deterioração de outros indicadores do mercado de trabalho, leva-nos a acreditar que o Fed desejará avançar rapidamente em direção a uma postura mais neutra da política [monetária] nos próximos meses. Assim, esperamos um corte de 0,50 ponto na reunião de setembro, mas a decisão final pode ser determinada pelo relatório de emprego (“payroll”) de agosto, a ser divulgado em 6 de setembro, e pelo CPI de agosto, previsto para 11 de setembro”, avaliam os economistas do banco americano.

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